Setembro é conhecido como ‘Setembro Amarelo’, o mês da Prevenção do Suicídio, sendo o dia 10 o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio.

O suicídio é uma das principais causas de morte em autistas sem deficiência intelectual, apresentando um risco até sete vezes maior quando comparado com a população em geral. As pessoas autistas representam cerca de 3.2% das mortes por suicídio a nível mundial e cerca de metade das pessoas autistas fazem uma tentativa de suicídio durante a sua vida.

Durante toda a nossa vida temos de viver com o preconceito, falta de acomodações e falta de informação sobre o Autismo na Sociedade. Somos muitas vezes alvo de bullying e desrespeito. Mascaramos as nossas caraterísticas para sermos aceites. Reprimimos estereotipias e tentamos agir de maneira mais normal possível, para não sermos vistos como estranhos, esquisitos e não sermos gozados. As desregulações emocionais, que não nos deixam perceber o que estamos a sentir e como gerir as nossas emoções.

Isto leva a quadros de ansiedade, depressão, transtornos alimentares, e mais tarde a ideações suicidas.

Ter uma depressão, ansiedade ou pensamentos suicidas, não quer dizer que estejamos sempre mal, tristes e a chorar. Existem momentos de felicidade fugaz, ou fingida. Por trás de um sorriso e de uma pessoa alegre pode estar uma pessoa que quer pôr fim à sua vida. Podemos mostrar que estamos bem e felizes mas no final do dia deitamo-nos a chorar na cama.

É importante estar atento a todos os detalhes, dar espaço para sermos nós próprios e para podermos falar e desabafar sempre que necessário. Procurem ajuda profissional sempre que sentirem que algo não está bem!

Os autistas, assim como outras pessoas neurodivergentes, não são atualmente reconhecidas como um grupo prioritário para atividades e financiamento da prevenção de suicídio. É essencial haver apoio profissional e terapêutico para todos.

Fotografias de Pedro Soares