Hoje, dia 8 de Março comemora-se o Dia Internacional da Mulher, e como tal tenho de falar de algo muito importante e ainda muito desconhecido e desvalorizado: Autismo no Feminino.
Antigamente, estimava-se que para uma mulher Autista existiam 4 homens Autistas.
Depois de muitos estudos realizados nos últimos anos, essa proporção mudou para 2:1 (para dois homens autistas existe 1 mulher autista).
Estes estudos concluíram que o diagnóstico de Autismo estava a ser feito incorretamente nas Mulheres, devido ao grande desconhecimento de como as características do Autismo se manifestam nas Mulheres e só fossem identificados os casos de alto nível de suporte.
As mulheres têm uma maior tendência para mascarar as suas caraterísticas, camuflando alguns sinais, o que pode dificultar o diagnóstico, uma vez que passamos anos a aperfeiçoar esse mascaramento, para sermos vistas como neurotípicas, e com isso sermos aceites socialmente. A dificuldade em comunicar pode ser confundida com timidez, os interesses específicos são considerados normais por serem muitas vezes os mesmos das outras crianças, variando só a sua intensidade, e com a sensibilidade sensorial somos vistas com pessoas sensíveis ou com a mania.
Este mascaramento tem consequências psicológicas negativas, levando a quadros clínicos de ansiedade, depressão e burnout, e devido ao desconhecimento deste mascaramento, o diagnóstico de Autismo não é feito ou só é feito tardiamente em idade Adulta. Tal facto pode agravar estes quadros clínicos, pois a razão por trás da ansiedade ou depressão não é devidamente identificada e a pessoa não tem a ajuda de que precisa.
Nos dias de Hoje, já temos muitas Mulheres Autistas Ativistas, que lutam pelos seus direitos e pela desmistificação do Autismo no Feminino. É importante ouvirmos as suas vozes para termos um maior conhecimento e pudermos ter mais Mulheres diagnosticadas que merecem saber quem são e como são.
Como te admiro 💙😘