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  • Foto do escritorMaria do Mar Vieira

Como agir em caso de Meltdown




Meltdowns são momentos em que ficamos demasiado sobrecarregados devido ao elevado número de estímulos ou devido a algo emocional que não conseguimos processar. O que sinto é que o meu cérebro chegou ao seu limite e ‘explode’. Penso que os Meltdowns são os momentos menos compreendidos pelos neurotípicos pois não percebem o que está a acontecer e não sabem como agir.

Devido a vários Meltdowns que tive e que não fui ajudada da maneira certa, levando ao agravamento deste, hoje venho-vos falar sobre como nos podem ajudar neste momentos!


Antes do Meltdown:


Antes de chegarmos ao auge do Meltdown, o nosso comportamento muda, mostrando que algo se passa e que não estamos bem:


- Não conseguir falar (ficar não verbal);

- Fazer estereotipias;

- Ficar paralisado ou andar de um lado para o outro;

- Tapar as orelhas, olhos, nariz, etc;

- Ficar ansioso;

- Ficar apático, não mostrar nenhuma expressão facial e ter o olhar vazio.


Se estiverem atentos a estas pequenas mudanças, podem agir logo para evitar que o Meltdown aconteça.


Durante o Meltdown:


Este é o momento em que o nosso cérebro já não aguenta mais e perdemos o controlo sobre nós próprios. (Relembrar que isto não é uma birra e não o fazemos propositadamente):


- Gritos;

- Choros;

- Autoagressão;

- Agressividade.


Depois do Meltdown:

O Meltdown é um momento de bastante ansiedade e de um grande gasto de energia o que causa depois uma grande exaustão.


- Cansaço;

- Não conseguir falar;

- Sentir vergonha.


Como nos ajudar quando temos um Meltdown:

- Reduzir os estímulos (sons, luzes, cheiros, etc) e/ ou levar o autista para um local calmo;

- Dar espaço e afastar as pessoas à volta do autista;

- Não impedir as estereotipias, (se estas forem perigosas e magoarem o autista, tentar substituir por outra estereotipia);

- Não tocar no autista. Se tiverem de o fazer perguntem primeiro se o podem fazer (o toque é mais um estímulo e pode agravar o meltdown);

- Falar de maneira calma e utilizar frases curtas e diretas;

- Não fazer muitas perguntas, (o nosso cérebro não consegue processar a informação e podemos não conseguir falar);

- Ver se precisa de alguma coisa como água ou comida, (existe um grande gasto de energia e o autista pode não ter essa perceção);

- Mostrar que está tudo bem e que não há problema nenhum. (Depois de um meltdown sentimo-nos envergonhados pelo que acabou de acontecer);

- Em alguns casos um abraço apertado também pode ajudar (dependendo da situação e se o autista for hipossensível ou hipersensível ao toque).


O que fazer depois:


- Não culpar o autista pelo que aconteceu;

- Dar tempo e espaço para o autista recuperar;

- Falar calmamente sobre o que aconteceu e tentar perceber o motivo que originou o meltdown para poder prevenir na próxima vez.


Relembro que cada autista é diferente e por isso os Meltdowns variam de situação para situação e de Autista para Autista e temos de ver qual a melhor estratégia a utilizar. Aqui falei-vos de um conjunto de várias acções, que normalmente são comuns a todos mas com a experiência vamos aprendendo qual a melhor maneira de agir com determinado autista.


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